Segue até o dia 20 de dezembro, na rua de paralelepípedos Dr. Ferreira, da vila dos ferroviários da Capital a série de movimentos que não é só os do cotidiano de seus moradores: o Coletivo Corpomancia apresenta o espetáculo de dança “Na casa 169”.
O processo de montagem partiu de experiências sensoriais dos integrantes do coletivo no complexo ferroviário com visitas a prédios abandonados e conversa com vizinhos e ex-ferroviários. Pesquisas em documentos históricos e teorias dos estudos culturais também foram dando estímulos para que o roteiro fosse montado relacionando o abandono e o olhar para a própria história. Em uma cidade de mudanceiros, por vezes o que temos em comum acaba se dissolvendo em meio a tantos “arquipélagos”.
O verbal foi se transformando em narrativa composta por cenário, figurino, trilha sonora, coreografias a partir de roteiro criado pelos também intérpretes Ana Maria Rosa, Franciella Cavalheri, Júlia Aissa, Luiza Rosa, Paula Bueno e Yan Chaparro. Um produto criado coletivamente, com responsabilidades atribuídas a atividades específicas, sempre em diálogo com o todo. Houve a contribuição de Mary Saldanha (figurinos), Maíra Espíndola (cenário e iluminação), Jonas Feliz (trilha sonora), Werther Fioravanti(produção e operação de som), Carol Araújo (produção e divulgação).
Sem a pretensão de representar as histórias do local, o espetáculo sugere sensações, reflexões, imagens que precisam do espectador para completar seus sentidos. Estará ambientada em uma casa construída no início do século XX para trabalhadores da antiga NOB (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil), tombada recentemente como patrimônio histórico nacional, com cômodos que não atendem a amplitudes comparáveis a das salas de teatro. Portanto, público e artistas irão conviver com mais proximidade no desenvolvimento do espetáculo com o limite de 10 pessoas por sessão.
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