15 de abril de 2014

O Bote da Loba de volta com única apresentação dia 25

O Mercado Cênico retorna aos palcos de Campo Grande, depois da comentada curta temporada de estreia, com apresentação de “O Bote da Loba”, último texto escrito por Plínio Marcos e inédito no Brasil. A peça traz duas personagens: Veriska, uma cartomante, e Laura, casada. Laura sente-se insatisfeita com a vida, já procurou ajuda em vários médicos e em tantos lugares, porém sem nunca encontrar a solução para o seu problema. Assim, decide procurar Veriska para desabafar todas as suas angústias com o intuito de ser “curada”, a cartomante propõe a libertação.


Aline Calixto e Patrycia Andrade Foto: Helton Pérez
O texto coloca em questão a angústia de muitas mulheres que não sabem lidar com sua própria sexualidade e, por extensão, da sua sexualidade relacionada aos seus parceiros. Por muitos anos, a mulher foi e ainda é instruída a ser submissa, cumprindo o papel da mulher dona do lar: mãe e esposa. Nas atribuições da mulher casada também estava à função de ser “mulher na cama”. Todavia, essa condição acabou se tornando uma obrigação e muitas mulheres desconheciam o prazer sexual, o carinho, o afeto durante uma relação sexual. Eis que algo diferente, até então para Laura acontece, Veriska, uma mulher dona de si, propõe como primeiro tratamento livrar-se de suas couraças e experimentar o que seria o inicio de sua libertação. E cena estão Patrycia Andrade e Aline Calixto com direção de Vitor Samudio.

A peça “O Bote da Loba” foi escrita, em 1997, pelo dramaturgo Plínio Marcos pouco antes de sua morte. Com a saúde já bastante frágil, Plínio Marcos escreve seu último texto, em 1997, pouco antes da sua morte.

O maldito
O dramaturgo foi considerado pela crítica como “escritor maldito” e por ele mesmo como “repórter de um tempo mau”, uma vez que a maioria de suas obras retratava a realidade do país de forma “nua e crua”, as mazelas da sociedade e, por isso, muitas delas foram proibidas pela censura. Foi palhaço de circo, jogador de futebol, funileiro, radialista, camelô, até chegar ao cenário da dramaturgia nacional como autor renomado. Além de exercer diversas profissões, conviveu com os mais variados tipos de pessoas, possibilitando-lhe, assim, experiências capazes de render características para traçar os perfis das personagens que fizeram parte de seus textos. Suas obras foram reconhecidas pela linguagem simples e direta e pelos personagens subalternos. Assim, sua poética diferenciava das produções que fazem parte do compêndio do teatro nacional, uma vez que Plínio Marcos procurava retratar a temática da marginalidade no cotidiano.

Foto: Helton Pérez

Serviço: O espetáculo estará em cartaz com única apresentação na sexta-feira, 25 de abril, no teatro Aracy Balabanian, às 20h, ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00 vendidos na bilheteria do teatro uma hora antes da sessão. Mais informações em www.mercadocenico.com.br ou (67) 9854-1010


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