12 de julho de 2011

Aprovada a criação da 'Comissão de Cultura' em Campo Grande

Os vereadores aprovaram nesta terça-feira (12/07), por unanimidade, o Projeto de Resolução nº 173/2011 que cria a Comissão Permanente de Cultura da Câmara. Foram 17 votos favoráveis e nenhum contrário, autorizando o Legislativo a desmembrar a atual Comissão de Educação, Cultura e Desporto para criar uma comissão específica de cultura. Artistas da capital ligados a musica, ao teatro, cinema, televisão, artes plásticas, dança e outros setores, ocuparam o plenário da Câmara desde o início da sessão para manifestar seu apoio ao projeto.

Com faixas defendendo a reabertura do teatro José Octávio Guizzo e maior espaço para a cultura, os artistas acompanharam atentamente cada voto e aplaudiam sempre que um vereador se manifestava favorável à criação da comissão. O vereador Athayde Nery, líder do PPS no Legislativo e autor do projeto, em conjunto com o vereador Paulo Siufi (PMDB), ocupou a Tribuna da Câmara para falar, em nome dos artistas, da importância da comissão e o que ela representa para o desenvolvimento da cultura na capital. “A aprovação deste projeto significa um amadurecimento quanto a considerar que a cultura não é um acessório de nenhuma outra comissão. A cultura tem o seu viés, o seu nascedouro.

A aprovação desta comissão irá permitir uma inclusão fundamental para a cultura e dar início a um movimento para que ela deixe de ser um projeto de governo para se tornar um projeto do Estado”.

Na avaliação do vereador, que foi elogiado pelos vereadores Paulo Pedra, Flávio César, Magali Picarelli, Carlão, Herculano Borges, Alex, Cristóvão Silveira e João Rocha, por seu empenho em defesa da cultura da capital e do Estado, a cultura não pode viver mais sob a égide de um governo que entra ou sai da administração. “Precisamos de uma Secretaria de Cultura Municipal e uma secretaria estadual” defendeu Athayde.

O vereador voltou a destacar a importância da aprovação também do projeto que destina 1% do orçamento municipal para a cultura. O projeto, de sua autoria, ainda tramita na Câmara e poderá garantir que a cultura tenha recursos para o desenvolvimento de suas atividades. “Não é dinheiro para se gastar com salários ou estrutura, mas recursos destinados efetivamente à atividade cultural, à formação de artistas e ao incentivo de produções”, disse Athayde lembrando que de nada adianta destinar dinheiro para a cultura se ele for mal aplicado. “Será dinheiro jogado no fundo do poço”, enfatizou.

O vereador lamentou e criticou quem utiliza a cultura “de maneira eleitoreira e politiqueira”, trazendo artistas para shows em comícios, por exemplo, e destacou que a cultura deve valorizar as pluralidades, gerar recursos e possibilitar que as pessoas vivam dela. “Queremos que Campo Grande seja a capital da cultura do Mercosul”. Athayde agradeceu ao prefeito Nelson Trad que o apoiou, quando presidente da Fundação de Cultura, na aprovação do Plano Municipal de Cultura. “O prefeito teve cumplicidade no encaminhamento e aprovação do Plano”, disse ele, esperando que com a criação da comissão o Executivo volte a manifestar seu apoio na implantação de outros projetos de interesse do setor, como o 1% para a cultura.

Reconhecimento e Celeridade
O presidente da FUNDAC, Roberto Figueiredo, também presente à sessão, disse após a aprovação do projeto que a criação da Comissão Permanente de Cultura representa um “reconhecimento à importância da cultura na sociedade” e da “luta do vereador Athayde Nery pelo setor”. “A Câmara, pela segunda vez, dá um passo importante. Primeiro com a aprovação do Plano Municipal de Cultura e agora com a criação dessa comissão que também deve ser a primeira, específica para o setor, em todo o país”, disse ele.O presidente do Fórum Municipal de Cultura e fundador do Mercado Cênico de Campo Grande, Vitor Samudio, também elogiou o empenho do vereador Athayde Nery e a aprovação da comissão pelos vereadores. “Com esta comissão será possível focar mais nos projetos que envolvem a cultura e dar maior agilidade a eles. Os trâmites são muito burocráticos e o que prejudica o processo é que ele hoje é muito moroso”, garante Samudio.Para ele, a implantação da comissão deverá dar maior celeridade na definição de políticas públicas de cultura, “discutidas em conjunto com a sociedade”, assim como possibilitar o debate de outras questões que envolvem o setor, como a reforma dos fundos de incentivo, a efetiva implantação do Plano Municipal de Cultura, a aprovação do projeto de 1% para a cultura e a conscientização de que investimentos em cultura, com projetos voltados às comunidades podem reduzir os gastos com segurança e saúde. Turismo Cultural O presidente do Fórum Municipal também defendeu a proposta de que os investimentos no setor possibilitarão perceber que Campo Grande pode se tornar uma cidade turística cultural, como aconteceu em São Paulo. “O potencial turístico de Campo Grande não é natural, como em Bonito, é cultural”, ressalta Vitor Samudio. Na avaliação do artista, a cidade poderá atrair muito mais turistas e recursos se investir em artistas e espetáculos.

Marco Antonio Brito - Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores

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